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Henrique Vieira Filho é jornalista, escritor, terapeuta, sociólogo, artista plástico, agente cultural, diretor de arte, produtor audiovisual, educador físico, professor de artes visuais, pós-graduado em psicanálise e perícia técnica de obras de arte.
Existe um tipo de vício que a sociedade costuma confundir com virtude: o “workaholismo” (compulsão ou a necessidade incontrolável de trabalhar incessantemente).
Se existisse “workaholic anônimos” eu teria que frequentar, para meu próprio bem e o dos que convivem comigo.
Por 35 anos seguidos trabalhei em prol de causas que acredito e, mesmo tendo atingido os objetivos, não conseguia abrir mão de continuar lutando.
Como em qualquer outro vício, um dos caminhos para superar é a abstinência: larguei tudo o que fazia e me voltei às artes; primeiramente, à fotografia e, depois, à pintura.
E eis que tive uma recaída: aquilo que deveria ser uma forma de reconectar comigo mesmo fez sucesso exterior e, sem me dar conta, passei a produzir não mais para minha satisfação pessoal e sim, para o mercado.
Foi uma sequência sem fim de vernissages, exposições, viagens pelo mundo (não, não eram férias…) e ainda somou com o apelo social (requisito que ainda muito me seduz): abrir espaço a artistas talentosos que não tiveram as mesmas oportunidades que eu.
A solução foi o isolamento das “tentações”: voltar com a família para as minhas raízes ancestrais, na suposta calmaria da “vida no campo”, em Serra Negra, cercado de natureza, ar puro e águas minerais.
Eis que veio a pandemia e, mais do que nunca, o mundo precisava das artes para poder suportar, o que nos levou ao Projeto ReArte: reunimos dança (Cia. Talento), teatro (Breno Floriz), poesia (Camila Formigoni), literatura (Fabiana Vieira) e minhas pinturas, em transmissão ao vivo, em pleno período de isolamento social. E foi maravilhoso!
Tive que admitir que não tenho mais jeito: não consigo ficar nem sequer 24 horas sem trabalhar e isto é parte do meu ser.
Cabe, agora, buscar o ponto de equilíbrio, garantindo que o descanso e a convivência familiar sempre tenham espaço na agenda produtiva.
Por sinal, retomei um sonho antigo: em breve, será inaugurada a primeira Residência Artística do Circuito das Águas, fomentando novos talentos! E com o apoio das leis de incentivo à Cultura, ainda este ano teremos Circuito Literário, Circuito de Artes Visuais, documentários sobre Cid Serra Negra e sobre a importância de nossas águas e Cinema Itinerante, com mostras de filmes de terror e até um espetáculo com sereias!
Xi… Recaí, de novo! Mas, é por um bem maior!