Henrique Vieira Filho
Henrique Vieira Filho

Henrique Vieira Filho é jornalista, escritor, terapeuta, sociólogo, artista plástico, agente cultural, diretor de arte, produtor audiovisual, educador físico, professor de artes visuais, pós-graduado em psicanálise e perícia técnica de obras de arte.

Colunas

Paparazzo de Almas

Neste artigo para o Jornal O SERRANO, Henrique Vieira Filho nos fala sobre a história do fotojornalismo, desde o seu lado documental, até os controversos "paparazzi" e o uso terapêutico da fotografia, como processo investigativo e documental de ampliação do autoconhecimento, com a técnica Fotopsicoterapia.

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Paparazzo de Almas
Paparazzo de Almas | Ilustração: Henrique Vieira Filho

Minha esposa ironiza que exerço tantas profissões que tem que me dar parabéns quase todas as manhãs: hoje, dia 02/09 é Dia Do Repórter Fotográfico, data em que Roger Fenton, fotógrafo oficial do Museu Britânico, foi convidado a fazer a cobertura da Guerra da Crimeia (1853 a 1856). 

Contudo, somente em 1880 é que, pela primeira vez, um jornal (o Daily Herald, de N.Y.) publicou fotografias para ilustrar notícias e atrair a atenção dos leitores. 

Daí em diante, o fotojornalismo tornou-se cada vez mais importante, tanto por seu lado investigativo e documental, quanto por seu poder de comunicação; afinal, como já dizia Confúcio: “uma imagem vale mais do que mil palavras”.

Em contraste ao lado mais sério desta atividade, temos a contrapartida eternizada no filme  “A Doce Vida” (1960), de Federico Fellini, pelo ator Walter Santesso, intérprete do jornalista “Signore Paparazzo”, sempre em busca de “flagrantes” da personagem vivida pela atriz Anita Ekberg.

Enquanto muitas celebridades e políticos sentem-se incomodados com este tipo de “cobertura jornalística” (vale lembrar o caso mais extremo, que gerou o acidente automobilístico e morte da princesa Diana), outros até remuneram, direta ou indiretamente, para que continuem ampliando suas permanências nas mídias.

 Dentre as 1001 atividades que já exerci, fui “paparazzo privado”: na adolescência, fui detetive particular, mas, logo constatei que não tenho vocação para “X9”. 

Curiosidade: esta gíria para “dedo-duro” deriva do codinome de um “agente secreto”, cujas histórias em quadrinhos foram publicadas de 1934 a 1996. Ele se  infiltrava entre os bandidos, fazendo-se passar por um deles, para agir contra. 

Parafraseando Lavoisier, como “nada se perde, tudo se transforma”, adaptei estes aprendizados para a psicoterapia, onde facilito ao cliente ser “Sherlock Holmes” de si mesmo, desvendando seus mistérios, enquanto eu, na função “Watson”, incentivo e registro as descobertas.

E, como palavras são insuficientes, aplico a Fotopsicoterapia (fotos como inspiração em exercícios de imaginação) para ir bem além da associação livre freudiana. Ou seja, me tornei um “Paparazzo de Almas”!

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