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Henrique Vieira Filho é jornalista, escritor, terapeuta, sociólogo, artista plástico, agente cultural, diretor de arte, produtor audiovisual, educador físico, professor de artes visuais, pós-graduado em psicanálise e perícia técnica de obras de arte.
Há pouco mais de 20 anos, no dia 27 de julho, o lendário serranegrense, Alcebíades Félix, publicou com o título acima, uma crônica abordando as criações e reformas de três coretos na cidade.
Sempre polêmicas e de grande visibilidade, as obras ora seguiam as tendências arquitetônicas da época, ora eram necessárias para comportar o crescente número de integrantes das bandas.
Já teve até governador que resolveu padronizar formato e tamanho iguais para todas as cidades, nos anos 70.
“Coreto”, um diminutivo de “coro”, é uma palavra que, tanto do grego “ khoros”, quanto do latim “choru”, significa “dança”, e, com o tempo, passou também a nominar o local em que as apresentações eram realizadas e ampliou seu alcance adjetivando outras formas de arte, sendo este o caso dos cantores coralistas.
Assim foi nesta semana, em que tivemos “coral no coreto” de Serra Negra: viajando mais de 700 km só para nos encantar, o Coral da Orquestra Filarmônica de Balneário de Camboriú nos deixou corados com seus belos cantos.
Na verdade, queríamos “bagunçar o coreto” ainda mais, com muitas outras atrações, mas, um problema técnico limitou o tempo de palco concedido pela prefeitura, ficando de fora a programação com MPB, literatura, dança, cultura pop e até uma atenção especial ao grupo da “melhor idade”, com atividades de relaxamento, alongamento e até sorteios de presentes aos que estavam presentes nas cadeiras da praça.
Ou seja, o palco teria de tudo, menos discurso político (ufa!), que também é uma tradição secular nestes espaços públicos.
Nem todos sabem, mas, a ribalta que fica na Praça João Zelante é maior por dentro! Ou, melhor dizendo, por baixo: inúmeras salas para estocar cadeiras, equipamentos e camarins atravessam a rua, de tão longo que é o subterrâneo!
Bem verdade, as diminutas versões antigas desses gazebos eram bem mais românticas que as atuais. Contudo, convenhamos, para os novos tempos, que exigem caixas de som poderosas, iluminação cenográfica, salas para troca de figurinos, espelhos para maquiagem e toda uma infraestrutura capaz de comportar as mais variadas formas de artes, os palcos tiverem que se tornar maiores.
Seria o caso até de mudar o grau para o aumentativo: coretões! Termo estranho que nunca irá vingar, pois, no imaginário coletivo, saudoso e sentimental, continuamos a chamar, carinhosamente, no diminutivo: coreto ainda é o correto, mesmo quando gigante!