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Henrique Vieira Filho é jornalista, escritor, terapeuta, sociólogo, artista plástico, agente cultural, diretor de arte, produtor audiovisual, educador físico, professor de artes visuais, pós-graduado em psicanálise e perícia técnica de obras de arte.
Minha relação com o Carnaval é ambivalente.
Por um lado, fico feliz, pois sempre sou chamado para entrevistas, devido aos meus estudos sobre rituais antigos. Ao lado de sambistas e passistas, minha figura (às vezes, até usando terno…) contrasta nas mesas redondas televisivas.
Contudo, eu não consigo frequentar as festividades, pois tenho uma condição chamada misofonia, onde sons altos, barulhos, desafinações, literalmente causam enorme desconforto.
Foi como artista plástico que passei a conhecer um outro lado desta festa popular: o financeiro.
Como parte do processo criativo para retratar uma querida socialite carioca, pesquisei suas preferências de cores, padrões, estilo de vida, filosofias e constatei que se tratava de uma grande carnavalesca!
Além do prazer em desfilar como destaque em escolas de samba, um outro fator estava presente: parte de seus rendimentos têm origem em seu trabalho como promoter de eventos de luxo, como os grandes bailes paralelos ao carnaval de rua.
As atividades culturais, além dos seus benefícios como entretenimento, também são sustento para um exército de trabalhadores de todas as camadas sociais, além de repercutir positivamente no setor de turismo, com as prestações de serviços, comércio, hospedagem, alimentação, transporte…
Eu mesmo, no silêncio do ateliê, também me beneficio, trabalhando com pintura corporal e retratos, como nas imagens que ilustram este artigo.
Existe, até mesmo, um grande mercado voltado ao público que prefere “sumir do mapa” nestas épocas. Só tenho a agradecer os rendimentos que conquistei ministrando cursos, palestras e vivências em retiros de carnaval, como terapeuta.
Enfim, assim que a pandemia permitir, seja a trabalho ou lazer, fico na torcida pelo retorno do Carnaval, nos anos futuros!
Versões clássicas de Arlequina e Mulher Maravilha pintadas diretamente no corpo das carnavalescas