Henrique Vieira Filho
Henrique Vieira Filho

Henrique Vieira Filho é jornalista, escritor, terapeuta, sociólogo, artista plástico, agente cultural, diretor de arte, produtor audiovisual, educador físico, professor de artes visuais, pós-graduado em psicanálise e perícia técnica de obras de arte.

Colunas

Nestor Leme e o Conde de Serra Negra

Neste artigo para o Jornal O SERRANO, Henrique Vieira Filho empresta, de Nestor Leme, a incrível história do Conde Reichsgraf Maximilian Theodor Corbinian Basselet von La Rosée, nascido no Castelo de Isareck, na Alemanha e que viveu quase incógnito, em Serra Negra / SP, no Século 19. Publicado resumido no Jornal O SERRANO, Nº 6336, de 23/12/2022

Compartilhe:
Nestor Leme e o Conde de Serra Negra
Castelo e Brasão Isareck - Baviera - Alemanha e túmulo do Conde de La Rose em Serra Negra

Faz poucos dias, nosso querido Nestor Leme me mostrou um tesouro incalculável: seu armário mágico que dá acesso a fotografias, recortes de jornais, manuscritos, originais de suas pesquisas, enfim, um patrimônio cultural da humanidade! 

E eis que sai desse armário (ops!) o Conde De La Rosée, que por aqui viveu, no Século 19. 

Personagem misterioso, culto e trágico, despertou admiração e muitas “teorias de conspiração” quanto à sua real identidade.

Foi o jornalista José Quirino de Souza Filho, avô do Nestor, contemporâneo e amigo do conde, o pioneiro em desvendar o passado do nobre alemão, publicando as descobertas em sua coluna.

Aproveitando de suas pesquisas, outros grandes nomes da literatura nacional igualmente escreveram suas versões sobre o aristocrático morador de Serra Negra. Um até flertou com a total ficção, teorizando ser ele o imperador Maximiliano, que teria escapado do fuzilamento no México.

Nosso conde também tem direito a uma história digna de Romeu e Julieta: sua noiva morreu pouco antes dele desembarcar para as batalhas mexicanas. Desgostoso, partiu pelo mundo sem rumo certo, até finalmente se encantar com nossa cidade.

Tudo isso e muito mais em apenas um dos tesouros encadernados pelo Nestor, que confiou em me emprestar.

Eu, com medo de danificar, me apressei em tirar cópia e transcrever tudo e, não resisti em bancar o detetive particular: o que mais conseguiria descobrir?

O nome completo de nosso herói é tão vasto que nem cabe neste artigo! Seu castelo ainda existe, tendo sobrevivido a vários incêndios e guerras. 

Os descendentes desconhecem seu destino e, para validar minhas tentativas de contatá-los, saí para fotografar o túmulo do conde.

E não seria um assunto envolvendo o Nestor, se não incluísse um “causo” para contarmos: estava desistindo de encontrar, quando me deparo com uma figura simpática, que, sem titubear, me conduziu pelo labirinto de jazigos até o local exato!

Ao sair, brinco com minha esposa, que uma “entidade me ajudou” e eis que, de pronto, ele surge em cima do muro do cemitério, desejando boa sorte!

Contando ao Nestor, ele emenda: 

_ Será que era o próprio conde, querendo voltar à mídia?

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE