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Henrique Vieira Filho é jornalista, escritor, terapeuta, sociólogo, artista plástico, agente cultural, diretor de arte, produtor audiovisual, educador físico, professor de artes visuais, pós-graduado em psicanálise e perícia técnica de obras de arte.
Faz poucos dias, nosso querido Nestor Leme me mostrou um tesouro incalculável: seu armário mágico que dá acesso a fotografias, recortes de jornais, manuscritos, originais de suas pesquisas, enfim, um patrimônio cultural da humanidade!
E eis que sai desse armário (ops!) o Conde De La Rosée, que por aqui viveu, no Século 19.
Personagem misterioso, culto e trágico, despertou admiração e muitas “teorias de conspiração” quanto à sua real identidade.
Foi o jornalista José Quirino de Souza Filho, avô do Nestor, contemporâneo e amigo do conde, o pioneiro em desvendar o passado do nobre alemão, publicando as descobertas em sua coluna.
Aproveitando de suas pesquisas, outros grandes nomes da literatura nacional igualmente escreveram suas versões sobre o aristocrático morador de Serra Negra. Um até flertou com a total ficção, teorizando ser ele o imperador Maximiliano, que teria escapado do fuzilamento no México.
Nosso conde também tem direito a uma história digna de Romeu e Julieta: sua noiva morreu pouco antes dele desembarcar para as batalhas mexicanas. Desgostoso, partiu pelo mundo sem rumo certo, até finalmente se encantar com nossa cidade.
Tudo isso e muito mais em apenas um dos tesouros encadernados pelo Nestor, que confiou em me emprestar.
Eu, com medo de danificar, me apressei em tirar cópia e transcrever tudo e, não resisti em bancar o detetive particular: o que mais conseguiria descobrir?
O nome completo de nosso herói é tão vasto que nem cabe neste artigo! Seu castelo ainda existe, tendo sobrevivido a vários incêndios e guerras.
Os descendentes desconhecem seu destino e, para validar minhas tentativas de contatá-los, saí para fotografar o túmulo do conde.
E não seria um assunto envolvendo o Nestor, se não incluísse um “causo” para contarmos: estava desistindo de encontrar, quando me deparo com uma figura simpática, que, sem titubear, me conduziu pelo labirinto de jazigos até o local exato!
Ao sair, brinco com minha esposa, que uma “entidade me ajudou” e eis que, de pronto, ele surge em cima do muro do cemitério, desejando boa sorte!
Contando ao Nestor, ele emenda:
_ Será que era o próprio conde, querendo voltar à mídia?