Região

Governo de SP autoriza retomada de obras de barragens entre Amparo e Pedreira

Trabalhos de contratação de pessoal e mobilização do canteiro de obras já começaram

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Governo de SP autoriza retomada de obras de barragens entre Amparo e Pedreira
Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística/Governo de SP

O Governo de São Paulo emitiu as ordens de serviço para a retomada da construção de duas represas na região de Campinas: as barragens de Amparo e Pedreira. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado (Semil), que faz os investimentos, a iniciativa tem como objetivo garantir mais água para 5,5 milhões de moradores de 28 cidades. A previsão é que os trabalhos durem 22 meses, com entrega em julho de 2026. O investimento total é de R$ 806 milhões.

As novas barragens funcionam como caixas-d’água, estocando o volume do período chuvoso para uso em meses com baixa precipitação. Assim, no período seco, a água estocada poderá ser liberada pelas represas para manter o nível dos rios, o que dá mais segurança para os municípios da região captarem água para abastecer seus moradores. Ainda de acordo com a Semil, em caso de chuvas fortes, as barragens ajudarão a evitar enchentes, amortecendo o grande volume das tempestades.

Além das represas, serão iniciadas também mais três obras que visam a melhoria da qualidade da água na Região Bragantina: as estações de tratamento de esgoto de Amparo e Monte Alegre do Sul e uma unidade de tratamento do rio Camanducaia. Haverá investimentos ainda em ações ambientais. No total, essas iniciativas representam um aporte adicional de R$ 522 milhões.   

Controversas

Apesar de o governo paulista defender a retomada das obras, especialistas acreditam que a construção da barragem pode trazer sérios problemas e riscos ambientais para a região. O perito ambiental Márcio Ackerman, comenta que o rio (Jaguari) que está sendo desviado para a construção da barragem é um dos mais limpos do estado, mas que sua pureza está ameaçada pelas obras em Pedreira, e isso se deve ao acelerado processo de erosão e assoreamento: “O DAEE poderia ser processado por crime ambiental por deixar o rio Jaguari sofrer um processo violento de assoreamento por conta dessa obra”, disse Ackerman.


Segundo ele, quando era prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB) permitiu o desmatamento de uma área de 700 mil metros quadrados de mata nativa, inclusive fazendo manobras ilegais no conselho gestor da unidade de conservação para conseguir aprovar o corte ilegal de árvores: “Ele mudou a lei na canetada. O processo está na ouvidoria da polícia e infelizmente ninguém cobra. Se o processo avançasse, ele poderia ser condenado por crime ambiental”, finalizou o perito.

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