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Henrique Vieira Filho é jornalista, escritor, terapeuta, sociólogo, artista plástico, agente cultural, diretor de arte, produtor audiovisual, educador físico, professor de artes visuais, pós-graduado em psicanálise e perícia técnica de obras de arte.
Fevereiro, coitado, sempre foi o patinho feio do calendário. Enquanto os outros meses desfilam por aí com seus orgulhosos 30 ou 31 dias, ele se contenta com míseros 28. Ou 29, de quatro em quatro anos, como se fosse um prêmio de consolação.
Uma injustiça cósmica! Para piorar, foi batizado em homenagem a Februus, um deus pouco cotado no panteão mitológico, que deu nome tanto ao mês quanto à febre.
Diz a lenda que Rômulo, fundador de Roma, criou um calendário com apenas dez meses. Fevereiro nem existia! Foi Pompílio, o segundo rei romano, quem resolveu adicionar janeiro e fevereiro à contagem.
Mas, como os romanos eram supersticiosos e odiavam números pares, o pobre fevereiro, último da fila, ficou com 28 dias só para equilibrar a conta. E, como desgraça pouca é bobagem, Júlio César reformou o calendário e deu seu nome a julho, garantindo que fosse um mês robusto, com 31 dias. O sucessor, Augusto, não quis ficar para trás e também batizou agosto com seu nome – e, claro, adicionou um dia extra. E de onde veio esse dia? De fevereiro, é claro!
Assim, fevereiro virou o mês azarado do ano, sempre correndo contra o tempo. Mas, ele não se deixa abater! Pelo contrário, é um mês cheio de personalidade e truques na manga.
No Brasil, então, fevereiro é um verdadeiro mestre da malandragem! Todo mundo sabe que o ano só começa pra valer depois que ele se despede. É ele quem traz aquele gostinho de Carnaval, mesmo quando a festa insiste em pular para março – como em 2025. E, para o resto do mundo, fevereiro também é o mês do amor, com o Dia dos Namorados. Mas aqui, graças às artimanhas do publicitário João Dória (o pai, não o Júnior), resolvemos celebrar o romance em junho.
E por falar em Carnaval, quem viveu em Serra Negra nos tempos áureos sabe que a cidade já teve folias grandiosas, com carros alegóricos, blocos e multidões dançando pelas ruas. Hoje, a festa é mais modesta, mas a nostalgia ainda paira no ar, lembrando os tempos em que a cidade era um dos principais destinos carnavalescos do interior paulista.
Então, da próxima vez que você torcer o nariz para os 28 dias de fevereiro, lembre-se: ele pode ser curto, mas sabe aproveitar cada segundo. No fim das contas, é um caso de “tamanho nem sempre é documento” e fevereiro está aí para provar isso!