Junte-se à nossa lista de assinantes para receber as últimas notícias, atualizações e ofertas especiais diretamente na sua caixa de entrada
Henrique Vieira Filho é jornalista, escritor, terapeuta, sociólogo, artista plástico, agente cultural, diretor de arte, produtor audiovisual, educador físico, professor de artes visuais, pós-graduado em psicanálise e perícia técnica de obras de arte.
A tragédia que ocorre no Rio Grande Do Sul vem despertando o melhor do ser humano em solidariedade, ao mesmo tempo que nos obriga a repensar nossa relação com a natureza.
Faz décadas os cientistas e ativistas ambientais fazem sua parte, alertando para os problemas e os riscos que corremos. Contudo, o linguajar excessivamente técnico e o extremismo ao defender seus posicionamentos deixa de conquistar boa parte da população que os considera “ecochatos”.
Para que a mensagem ecoe em todas as direções, precisamos somar outras formas de conscientização. Não descarto nem mesmo apelar para o modismo: vamos lançar o desafio de sermos todos “ecochiques”!
“Eco” por nossa consciência ambiental e “chique” por nossa habilidade de incorporar o estilo moderno e as comodidades a um padrão de vida sustentável!
Nunca é simples ser “ecologicamente correto” e sempre fica uma certa dúvida sobre o que é o certo a fazer.
Por exemplo: supermercados adotam sacos biodegradáveis, mas, será que não seria ainda melhor trazermos de casa uma sacola ou um caixote reutilizáveis? Dúvidas e mais dúvidas do que é “menos pior”!
Uma situação pessoal: recentemente, aderi ao ramo da hospitalidade turística, com a Residência Artística, que construí com o mínimo de desperdício, preservando todas as árvores e respeitando a geografia do terreno.
Contudo, uma das comodidades me pesa na eco-consciência: uma hidromassagem enorme, com 5 mil litros de água, Ora, poderia tratar igual piscina, mantendo-a sempre cheia; só que essa opção poderia deixar os hóspedes pensativos quanto à higiene.
Seria cômodo simplesmente abrir o ralo e trocar a água, mas, como pretendo ser um “eco chique”, a solução foi reaproveitar a água para lavar a área de lazer e regar as plantas. Fora que, fazendo isso com baldes, implica que levanto 2 toneladas e meia de peso para lá e para cá, ou seja, ainda faço musculação! Que “chiqueza”!
Mesmo sabendo que o respeito à natureza é uma pauta urgente e muito séria, podemos somar o lúdico e divertido como instrumentos de conscientização ambiental.
Essa é a principal missão do Espetáculo “Iara - Guardiã de Nossas Águas”, deste dia 18/05, na praça central de Serra Negra: sereias cantando, bailarinas coreografando, pinturas em exposição, contação de causos, tudo junto e misturados para nos encantar e levar a pensar mais na ecologia.
Afinal, ou aprendemos a lição ou teremos que virar sereias e tritões de verdade para sobreviver à revanche da natureza!