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Henrique Vieira Filho é jornalista, escritor, terapeuta, sociólogo, artista plástico, agente cultural, diretor de arte, produtor audiovisual, educador físico, professor de artes visuais, pós-graduado em psicanálise e perícia técnica de obras de arte.
Em uma noite desta semana, um jovem levou, ao pé da letra, a marchinha de carnaval de Moacyr Franco: “Você vai ver a grande confusão, que eu vou fazer bebendo até cair”.
Eu, como de hábito antes de dormir, olho pela sacada e percebo que estou “De Frente Pro Crime” (canção de João Bosco), pois: “Tá lá o corpo estendido no chão”!
E estava ele, só de calção, totalmente estatelado na calçada, creio que mal saído da adolescência.
Na intenção de acudir, primeiro pensei em ligar 190, mas, seria o caso da música “As Águas Vão Rolar”, que canta: “Se a polícia por isso me prender e na última hora me soltar, eu pego a saca, saca, saca-rolha e bebo até me afogar”.
Decidi pedir pela Guarda Municipal, a qual, acredito, tenha mais tato para lidar com garotada embriagada. Antes de terem tempo de chegar, eis que São Pedro chamou Jorge Ben Jor, que tocou: “Chove chuva, chove sem parar”.
A tempestade conseguiu acordar o garoto, que pensou: “levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima”. Bem que tentou, mas, percebeu que o mundo é redondo e gira, gira tanto que mal conseguia ficar de pé: "Balancê, balancê" (Gal Costa).
O jeito foi apelar para Lamartine Babo: “mamãe eu quero” e, eis que ela realmente apareceu, com seu “guarda-chuva laranja” (marchinha do grupo Validuaté).
E a merecida bronca, malcriadamente retrucada:
_ De noite eu rondo a cidade. A lhe procurar, sem encontrar.
_ É o meu dinheiro, ninguém tem nada com isso. Aonde houver garrafa, aonde houver barril, presente está a turma do funil!
_ Você pensa que cachaça é água? Cachaça não é água não!
_ Eu bebo, sim. Estou vivendo. Tem gente que não bebe e está morrendo.
Apoiado nos braços maternos, lá se foi o garoto, mesmo cambaleando, pois, afinal, "minha mãe não dorme enquanto eu não chegar".
E assim seguiram, na voz de Elza Soares e letra de Vander Lee, “Subindo A Ladeira”.
Elis Regina sorriu, enquanto cantava “O Bêbado E A Equilibrista”:
“A esperança, dança na corda bamba de sombrinha.
E em cada passo dessa linha, Pode se machucar.
A esperança equilibrista, sabe que o show de todo artista, tem que continuar.”
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