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Henrique Vieira Filho é jornalista, escritor, terapeuta, sociólogo, artista plástico, agente cultural, diretor de arte, produtor audiovisual, educador físico, professor de artes visuais, pós-graduado em psicanálise e perícia técnica de obras de arte.
Pode-se dizer que estou sempre em Carnaval: do latim, “carnis levale”, cujo significado é “retirar a carne”, ou seja, sou vegetariano.
Em crônicas anteriores, destaquei a importância econômica desta festividade que impulsiona turismo, hotelaria, transportes, restaurantes, pequenos comércios, enfim, movimenta até mesmo para quem oferta “fuga” da folia: retiros, spas, cursos imersivos.
Já estive em vários lados desta equação: meu restaurante-pizzaria no tradicional bairro paulistano da Mooca dobrava as vendas com os foliões e minha escola de técnicas terapêuticas milenares recebia alunos do Brasil todo que se refugiavam das festas nos “intensivões de feriado prolongado”.
Como artista visual, “socialites” encomendam retratos surrealistas eternizando seus desfiles no sambódromo. Já modelos e “influencers” preferem que eu pinte suas fantasias, literalmente, sobre a pele.
Por mais que eu admire música, coreografia, design de fantasias e os esforços artísticos dos participantes, ter misofonia (no meu caso, intolerância absoluta a sons altos ou distorcidos) é um impeditivo a participar presencialmente do Carnaval.
Ainda assim, incontáveis vezes nestas épocas, quem ligasse a televisão em algum programa com “mesa redonda” veria uma presença inusitada: ao lado de grandes sambistas, passistas, coreógrafos, lá estava… eu!
Como “assessor de assuntos aleatórios”, rotineiramente sou convidado a falar sobre as origens milenares destes festejos, contando sobre Baco, Saturno e outras divindades mitológicas e suas cerimônias de fertilidade.
A bem da verdade, participava contando histórias, curiosidade, “causos” de tudo quanto é tipo de pauta relacionada a datas comemorativas. Por exemplo, o Papai Noel é quem me levou ao aclamado programa do Jô Soares.
Em uma dessas ocasiões televisivas, sendo o mundo pequeno como é, uma amiga que não via faz muitos anos sentou ao meu lado: ela como atriz convidada, eu como especialista.
Eis que ela cochicha ao meu ouvido, gerando a curiosa conversa:
_ Não diga a ninguém que nós estudamos juntos!
_ Mas, por quê?
_ Sou atriz, tenho que esconder a minha idade, senão, ninguém mais contrata!
_ Fique tranquila! Se alguém descobrir, direi que só estávamos na mesma classe porque eu repeti de ano: umas dez vezes! Está bom para suas contas?