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Henrique Vieira Filho é jornalista, escritor, terapeuta, sociólogo, artista plástico, agente cultural, diretor de arte, produtor audiovisual, educador físico, professor de artes visuais, pós-graduado em psicanálise e perícia técnica de obras de arte.
“Parada” está a pessoa que assiste, pois os artistas estão se movimentando e muito!
Então, como explicar o nome que damos a este encantador evento que une música, dança, fantasias e performances e que todo final de ano lota nossa cidade de turistas e moradores para assistir?
Teremos que voltar no tempo, há muitos séculos e observar os exércitos romanos. Enquanto aguardavam a batalha iniciar, permaneciam em formação, atentos e preparados (do latim “parare” = “preparar”, de onde “parata” ganhou o significado de “deslocamento em grupo”).
Em momentos de paz, marchavam (que vem de “marcher” = “andar marcando passo”) em peregrinação (“per agri” = “pelos campos”), seguindo em procissão (do latim “pro” = ”à frente”, mais “cedere” = “ir”) para o encanto do povo que lhes acompanhavam em cortejo (“corteggio” = apoiadores da corte, dos soberanos).
Ou seja, em pleno século 21, estamos repetindo a mesma tradição de nossos antepassados seculares!
Ainda melhor que, ao invés de pessoas armadas para guerra, estamos assistindo a bailarinas, músicos e artistas circenses!
Vale a pena esperar na fila (“filum”) para assistir ao encanto do desfile: do latim “des” = “prefixo negativo”, mais “filum” = “fio, fiapo de tecido”, ou seja, pessoas umas atrás das outras, lembrando um fio retirado, “desfiado” de uma peça de pano.
Nem todos nos damos conta: para realizar um espetáculo como este, de cerca de uma hora, os artistas dedicaram anos de estudos e treinamentos e mais meses de ensaios e preparativos. A grande maioria participa por puro amor à arte, sem remuneração financeira.
Por isso, bem devemos lhes pagar praticando outra tradição de mais de 3 mil anos: aplaudir!
Este gesto teve início nos rituais religiosos, com o bater da palma de uma das mãos contra a da outra e, por meio do som, atrair a atenção das divindades.
Na antiga Grécia, os atores do teatro pediam palmas ao público para invocar os espíritos protetores das artes.
O costume chegou ao Império Romano e passou a ser adotado pelos políticos: Nero, para se garantir, mantinha cinco mil soldados com ordem de lhe aplaudir. Esta tática é adotada até nossos dias em programas de auditório, que costumam contratar “aplaudidores profissionais” para estimular a platéia.
Já em nossa movimentada parada natalina, tenham certeza: os aplausos serão espontâneos e totalmente merecidos!