Em Monte Alegre do Sul - Fé e tradição para o "Fecha Corpo".
Os produtores de cachaça seguem uma tradição que surgiu há décadas. Na Sexta-feira Santa, bem cedinho, a partir das 6h da manhã, a Praça Bom Jesus fica tomada. É hora de "fechar o corpo", tomando, em jejum
Os produtores de cachaça seguem uma tradição que surgiu há décadas. Na Sexta-feira Santa, bem cedinho, a partir das 6h da manhã, a Praça Bom Jesus fica tomada. É hora de “fechar o corpo”, tomando, em jejum, a famosa mistura de pinga com guiné ou arruda acompanhada por um pãozinho com aliche.
A tradição começou em 1948, quando o monte-alegrense Zezé Valente estava doente e tomou a receita que aprendera com a escrava Nhá Sabá: um remédio para "fechar o corpo" contra mau olhado, inveja e doenças. Quando a saúde melhorou, estava claro que a simpatia havia funcionado.
Daí em diante, toda Sexta-Feira da Paixão, muita gente vaí a Monte Alegre do Sul para o “Fecha Corpo”. Hoje, vários alambiques e produtores participam dessa tradição que protege a população e traz muitos turistas em busca de proteção para a continuidade do ano. Durante a quaresma, período de reflexão para a Igreja Católica, a guiné e arruda, usadas nas religiões africanas para proteger das energias negativas caem muito bem. Tradições se misturam respeitosamente, criando uma fé que, independentemente do credo, é exclusivamente nossa.
A Semana Santa em Monte Alegre do Sul é conhecida por turistas de todo o estado. Da simpatia de quase 70 anos à valorização dos artistas e produtores locais. Em 2017, a tradição continua. O “Fecha Corpo” é para proteção, valoriza e apresenta a qualidade da cachaça monte-alegrense.
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