"Ressaca moral" do carnaval tem repercussão duradoura, diz delegado.
Excessos durante os dias e noites de folia podem trazer sequelas maiores que uma enxaqueca. Algumas atitudes tomadas por parte dos foliões geram problemas de relacionamento com amigos
Excessos durante os dias e noites de folia podem trazer sequelas maiores que uma enxaqueca. Algumas atitudes tomadas por parte dos foliões geram problemas de relacionamento com amigos, vizinhos, sociedades, polícia e até justiça. “As pessoas dizem que a ‘ressaca moral’ é bem pior que a ressaca do álcool porque a do álcool passa e tudo bem. A moral repercute na sua vida socialmente”, explicou o delegado de Polícia Rodrigo Cantadori ao ser questionado pela reportagem sobre atitudes que as pessoas põem de lado durante o carnaval, mas não deveriam.
O chefe da Polícia Civil local lembrou que o carnaval é uma festa de cunho cultural, entretanto, existem limites para os cidadãos extravasarem suas emoções. Ocorre que, para as forças de segurança pública, não há diferença. “Da mesma forma que o que fugisse do padrão seria reprimido fora desse período será reprimido durante no carnaval. Não adianta invocar a ‘imunidade carnavalesca’; ela não existe. É um erro de avaliação das pessoas acharem que existe possbilidade nesse período. Essa é uma recomendação para que não se tenha o desgosto, o desprazer e frustração depois”.
Segundo Cantadori uma parcela razoável de foliões passa a agir de uma forma que não agiria no cotidiano. Isso chama muito a atenção, levando outros a seguirem essa atitude, o que ele chamou de ‘efeito manada’. “Gera um tipo de repercussão em que se acha normal a utilização de drogas e de álcool em excesso, desencadeando desentendimento e brigas. Cria-se a sensação de que tudo é permitido nesse período”, disse.
Trata-se de um período que preocupa as autoridades, tanto de saúde, quanto de segurança. “A pessoa entra no clima e comete atitudes que repercutem criminalmente em sua vida social e familiar. Depois não tem mais como recompor, passar uma borracha, alegando que era o período de carnaval. A partir daquele instante aconteceu, há o registro, há a repercussão. Reconstruir isso é muito complicado. A recomendação efetiva é que, durante o carnaval, as pessoas ajam da forma como agem no cotidiano. É preciso ter essa consciência. Os pais devem estar muito atentos com os filhos que se envolvem nesse clima de que tudo pode”, finalizou.
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