Câmara hiperbárica acelera cicatrização de feridas e pode salvar vidas.
Tratamento é indicado para casos de queimaduras, embolias, úlceras, lesões pré-diabéticas, infecções bacterianas, infecções ósseas e feridas que não curam.A cicatrização de feridas nem sempre é um processo rápido. Ás vezes, um simples arranhão na perna de uma pessoa que tem varizes ou um pequeno ferimento nos pés de um portador de diabetes, são o suficiente para dar origem a uma lesão crônica que pode levar o paciente à amputação de membros e até a morte por infecção. Para casos como esses, o tratamento da medicina hiperbárica, adotada como terapia complementar a medicamentos e cirurgia, pode fazer toda a diferença na recuperação do paciente, inclusive salvar vidas.
Foi o que aconteceu com o comerciante Adão Oliveira, de 52 anos que, após sentir fortes dores na perna direita, foi ao hospital para tratar uma inflamação muscular e contraiu uma bactéria que fez com que sua perna fosse tomada por feridas que não cicatrizavam. Com o agravante de ser portador da diabetes e diante da possibilidade de ter o membro amputado, Adão foi encaminhado, como última alternativa, para tratamento na câmara hiperbárica.
Cinco meses após o início do tratamento, Adão respira aliviado por não ter passado pela amputação e estar praticamente curado, com mais de 90% das feridas já cicatrizadas. “Posso dizer que a câmara hiperbárica praticamente salvou a minha vida. O meu estado de saúde não era nada bom quando iniciei o tratamento e hoje estou praticamente recuperado”, ressalta. Submetido a 80 sessões até o momento, Adão conta que a melhora na cicatrização foi progressiva, mas pode ser percebida logo nas primeiras sessões. “O resultado é animador”, conta.
Baseada na inalação de oxigênio puro, em um ambiente com pressão maior que a atmosférica, a medicina hiperbárica utiliza a combinação desses dois fatores para acelerar a recuperação do tecido lesionado. Segundo o médico hiperbarista, Carlos Alberto Carvalho, para que haja uma cicatrização efetiva é preciso que o sangue leve oxigênio até o local lesionado. Quando há falta de oxigênio na ferida, ela não cicatriza e infecciona – através da rápida entrada de bactérias -, como também aumenta. “O tratamento hiperbárico proporciona uma hiperoxigenação dos tecidos do corpo, principalmente dos lesionados. Há um aumento de até 20 vezes na quantidade de oxigênio dissolvido nos tecidos. Essa alta concentração favorece a vascularização (multiplicando os vasos sanguíneos e linfáticos), além de ser antiinflamatória e cicatrizante”, explica.
O tratamento é feito através da câmara hiperbárica individual, espécie de ‘tubo’ vedado, em que o paciente fica deitado de forma confortável. O tempo das sessões varia de 90 a 120 minutos diários, de acordo com a patologia a ser tratada. Segundo Carvalho, a câmara hiperbárica é indicada para os casos de queimaduras, embolias, úlceras, lesões pré-diabéticas, feridas, infecções bacterianas, infecções ósseas e intoxicação por monóxido de carbono, entre outras.
A técnica, que surgiu em 1662 na Europa, só é aplica mediante indicação médica. O paciente é rigorosamente avaliado antes de passar pelo tratamento. Em Campinas, o método é oferecido aos pacientes no Hospital Beneficência Portuguesa, sob a supervisão do médico Carlos Alberto Carvalho. O tratamento, que é oferecido a todos os convênios e em algumas situações ao SUS, também está disponível aos pacientes do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual. (IAMSPE) na Clinica Carvalho de Jundiai e Campinas. A Beneficência Portuguesa Campinas fica na Rua Onze de Agosto, número 557.
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